Quanto a
história de formação do município, conta-se que havia por volta de 1920
uma fazenda chamada Enxú, pertencente ao fazendeiro Joaquim Lázaro
Carneiro, baiano, casado com Dona Umbelina Maria Carneiro, situada no
distrito de Candeal, município de Riachão do Jacuípe localizado no
Estado da Bahia. O nome Enxú designa “casa de vespas”. Servindo de
intitulativo à fazenda, foi grafado mais tarde erroneamente quando da
utilização nos documentos legais que daria fórum administrativo ao atual
município de Ichu. Em 1924, surge na vila de Candeal a Igreja Batista
tendo como seu pastor um senhor de nome Gasparino. A incompatibilidade
religiosa que se instalou entre católicos e protestantes provocou
desavenças entre os moradores de Candeal. Relatou-se que certa vez os
protestantes invadiram a Igreja Católica de Candeal na hora da missa,
expulsando o padre que ministrava a celebração. Houve então lutas
corporais entre os reliogiosos, tendo os moradores da fazenda Enxú, como
participantes ativos dos entreveros. Mais tarde, católicos perceberam
que o padre se achava impotente frente ao chefe dos protestantes, estes
já acobertados pelo Sr. Álvaro Lobo, muito conceituado e chefe da vila
de Candeal, e forma deixando de participar das missas e outros atos
religiosos na vila de Candeal. Os católicos pediram ao padre para
escolher outro local para celebrar suas missas, e o padre escolheu então
a fazenda Enxú. No ano seguinte, começaram a surgir as primeiras casas
do povoado que se iniciava ao redor da fazenda. No ano de 1926 no
povoado, deram início a construção de uma capela entitulada de Capela do
Sagrado Coração de Jesus. Em 1927 foi construído o cemitério que até
hoje serve a comunidade. A rivalidade entre o povo de Enxu e os
moradores de Candeal, objeto de separação “de fato” dos municípios em
1926, continuo a existir depois de 1935 quando Ichu já era distrito,
subordinado ao município de Riachão do Jacuípe, e se estendeu até a data
em que ambos forma inclusos entre os municípios brasileiros. Assim, a
emancipação de Ichu se deu pela Lei nº 1766 de 30 de julho de 1962, por
ato heróico do Sr. Luiz Júlio Carneiro com a ajuda de alguns vereadores
da época. Quanto a hidrografia, o município compõe a bacia hidrográfica
do Paraguaçu e do Jacuípe, tendo como seus rios principais os
temporários Rio Tocós, Caldeirão da Onça, Tabua Formigueira ou Rio da
Vargem. Sua hidrogeologia possui aquífero de importância muito pequena,
com profundidade do nível estático de 0 a 30 m. Atualmente o município
de Ichu possui os seguintes povoados: Mumbuca, Barra, Varjota, Nova
Esperança, Licuri, Praianos, Formigueiro, Umbuzeiro e Casa Nova além de
diversos vilarejos e fazendas. A vegetação apresenta contato
Caatinga-Floresta Estacional, Floresta Estacional Semi-decidual. O
relevo é o Pediplano Sertanejo com poucas serras e colinas, destacando
os morros: Aurora, Canavial, Umbuzeiro e Maxixe. A geologia é
constituida por gnaisses charnocktícos, granulitos, biotita, granitos,
granito-gnaisses, rochas básicas-ultrabásicas. Apresenta ainda manganês e
quartzo. O clima é semi-árido, estando o município no polígono das
secas, situação essa que induz o êxodo rural, obrigando as famílias
produtoras buscarem outras alternativas de sobrevivência nos grandes
centros. A atividade econômica de Ichu baseia-se em grande parte da
agricultura de subsistência do cultivo da mandioca, feijão e milho e
ainda se cultiva umbu, cajá, manga dentre outros. Quanto a atividade
agropecuária destaca-se a criação bovina para corte, avicultura,
suinocultura, aquicultura e produção de leite. O município de Ichu conta
hoje com o comércio diversificado, algumas agências bancárias, casa
lotérica e pequenas indústrias. Segundo análise de indicadores sociais,
Ichu possui uma concentração de renda moderada.
Por André Luiz - AL NOTÍCIAS
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